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  • Foto do escritorVitor Seravalli

New York City Marathon


Logo que o ano começou, eu já havia decidido viver o sonho de todo maratonista. Porém, um bom planejamento seria fundamental para ele se concretizasse, até porque correr em Nova York seria um projeto com um investimento considerável, somente possível para mim se fosse financiado. Mas, afinal, tudo deu certo.

Na época, meu futuro genro Rodrigo Lobo, foi parceiro dessa viagem.

Com uma organização excelente, uma ótima feira e alguns eventos preparativos deliciosos, não havia do que reclamar, a não ser o forte frio do outono novaiorquino.

Sobre os eventos preparativos, vale um comentário sobre a corrida de 5 Km onde os corredores de diversos países trocam objetos trazidos especialmente para esta integração cultural. Em meu caso, levei muitas fitas do Senhor do Bonfim, camisetas, bonés e outros badulaques brasileiros. Ganhei itens valiosos como uma camisa amarela e verde de um corredor australiano e uma camiseta de corrida que troquei com um colombiano. Quando voltei ao Brasil, as usava com orgulho pois eram souvenirs raros.

Outro evento especial foi o jantar de massas no Central Park na véspera da corrida à noite. Sem contar os passeios inesquecíveis que a cidade sempre oferece. Aliás, ir a Nova York é sempre um passeio que vale a pena.

Pela quantidade absurda de inscritos, essa corrida exige certos rituais, por exemplo, na madrugada, temos que tomar um ônibus num lugar específico para irmos ao local da largada, em Staten Island, um pouco atrás da linda ponte Verrazano-Narrows.

Logo na chegada, tremendo de frio, tomamos um café americano como uma inútil tentativa de aquecer o corpo. Para piorar um pouco, como sou bem amador, meu tempo de prova me obrigou a largar bem mais tarde, ou seja, os mais rápidos como o Rodrigo saíram logo, e os lerdos como eu, ficaram lá congelando até chegar sua hora de começar a correr.

Mas que nada! É tudo bastante divertido.

Quando largamos, aí restou somente desfrutar a prova e seguir a multidão.

Na medida em que os quilômetros passavam, milhares de nova-iorquinos vinham às ruas e não paravam de incentivar os corredores. A cidade literalmente parou como acontece em todos os anos.

Quando entrei no Central Park, já na fase final, a emoção começou a tomar conta de mim e não houve outro jeito senão colocar a bandeira do Brasil bem na frente do corpo para que todos vissem. Realmente, emocionante!

Cansado, mas feliz, ainda mais por saber que o brasileiro Marilson Gomes dos Santos havia vencido, tratei de ir para o hotel. Até esse momento foi especial pois os corredores que concluem a maratona ganham uma espécie de reconhecimento quando exibem orgulhosamente suas medalhas. Por exemplo, nem metrô pagam.

Enfim, curti cada momento, até mesmo pela curiosidade de ir aos postos de votação onde os eleitores americanos votavam para eleger Barack Obama em seu primeiro mandato.

Enquanto me lembrava dos detalhes dessa prova, mais de dez anos depois, vieram lembranças não menos interessantes de algumas outras viagens que fiz a Nova York, porém com trajes bem diferentes para eventos na sede nas Nações Unidas.

Em todos eles havia muita responsabilidade e minha preparação em todos os momentos era sempre muito intensa.

Trocar algumas ideias com o Prof. Stuart Hart sobre economia na base da pirâmide, apresentar projetos em eventos globais, participar de cerimônias na plenária da ONU com a presença do Secretário Geral, tudo isso sempre foi adrenalina pura.

Em uma das vezes, fui convidado pela agência UNCTAD, a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, para falar com autoridades africanas sobre projetos de sustentabilidade no Brasil. Lembro-me que estava ansioso e tenso antes do evento, mas ao me encontrar com pessoas tão receptivas e simpáticas, relaxei e tudo correu bem.

Este post poderia se prolongar bastante, pois estar na cidade que nunca dorme, foi sempre uma aventura urbana repleta de bons momentos, estando a trabalho ou mesmo realizando um sonho de corredor por suas movimentadas avenidas e seus arranha-céus.

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